A campanha "Papel por Alimentos" recolheu, em três
anos, 8720 toneladas de papel, que deram origem a quase 844 mil euros em
alimentos, principalmente leite, atum e salsichas, segundo dados da Federação
Portuguesa dos Bancos Alimentares.
O papel angariado foi convertido em mais de 871 toneladas de
alimentos, que foram distribuídos por 18 Bancos Alimentares Contra a Fome. Os
dados enviados indicam que, até Junho, foram distribuídos pelos bancos
alimentares 405.543 litros de leite, 39.816 litros de azeite, 94.838 litros de
óleo, 209.059 latas de salsichas (89.895 kg), 252.425 latas de atum (37.864 kg)
e 189.780 kg de arroz.
A presidente da instituição, Isabel Jonet, fez um balanço
dos três anos de campanha, afirmando que a adesão dos portugueses
"ultrapassou francamente as expectativas". "Quando lançámos a
campanha, numa véspera de Natal, tínhamos a presunção que havia muito papel que
era desperdiçado e poderia ser transformado em alimentos", um projecto que
aliava uma componente ambiental e social, contou Isabel Jonet.
O objetivo também foi envolver nesta causa as instituições
de solidariedade social que se abasteciam no Banco Alimentar e os utentes que
recebiam os alimentos. "Nunca poderíamos ter imaginado que houvesse uma
adesão tão grande das instituições, que eram os principais visados da
campanha", mas também da sociedade, comentou.
Atualmente, "há muitas escolas, muitas empresas e
muitas entidades da administração pública" que entregam semanalmente o seu
papel no Banco Alimentar Contra a Fome e "lançam desafios internos para
que seja atribuído ao papel, que já não tem utilidade, uma vida nova que se
converte em alimentos", disse Isabel Jonet. E sublinhou ainda que esta
campanha "foi importantíssima" para o Banco Alimentar, porque permite
completar os cabazes que entrega às instituições com produtos não perecíveis.
Isabel Jonet destacou também a parceria com o movimento
REUTILIZAR.org, em que os que livros escolares que não podem ser aproveitados
pelos bancos de livros são doados à Campanha Papel por Alimentos. Os bancos
alimentares onde foi recolhido mais papel foi o de Lisboa (2124 toneladas),
seguido do Algarve (1265 toneladas), do Porto (842), de Setúbal (718), Abrantes
(159) e Portalegre (143).
Os Bancos Alimentares apoiam 2400 instituições de
solidariedade, que ajudam mais de 425 mil pessoas, sob a forma de cabazes de
alimentos ou refeições confeccionadas. No ano passado, foram entregues 23.811
toneladas de alimentos (com o valor estimado de 33.935 milhões de euros), numa
média diária de 95 toneladas por dia útil.
Notícia publicada no jornal Público a 19.12.2014
Sem comentários:
Enviar um comentário